A Era das Fake News.


Dentre todas as coisas que as manifestações de 7 de setembro de 2021 mostraram, a que mais causa espanto e ojeriza, sem dúvida, é o comportamento da imprensa tradicional brasileira, hoje chamada por muitos de velha mídia.


Com o passar dos anos e a popularização cada vez maior da internet, o cidadão comum passou a ter acesso à informação em tempo real e na palma da mão. Esta agilidade e o crescente interesse da população por política, fazem com que muitas das narrativas, duplos padrões, parcialidades e/ou incoerências da velha mídia sejam facilmente derrubadas ou confrontadas com matérias da própria imprensa, disponíveis para qualquer um ver e apenas a um clique de distância.
 
Com isto, a grande imprensa tradicional brasileira, a velha mídia, perdeu o monopólio da informação e, como consequência, vem perdendo credibilidade e relevância.

A pergunta que fica é: com a mudança do espectro ideológico do governo federal nas eleições de 2018 e a redução de verbas públicas de propaganda, a imprensa resolveu abandonar seu papel fundamental de informar e reportar fatos para se transformar num mecanismo de oposição e militância ou empacotar uma opinião enviesada como notícia sempre aconteceu, a gente é que nunca percebeu e foi internet que escancarou esse "modus operandi"? Mas pode ser que a causa do problema seja ainda mais profunda. Talvez a raiz de todo problema esteja nas universidades que se transformaram em redutos ideológicos, deixando de formar profissionais isentos para formar militantes e ativistas.

É notório que setores da imprensa funcionam como assessoria de imprensa de ex-presidiários, de políticos corruptos repletos de processos e de um judiciário ativista que, há muito, deixou de cumprir sua missão constitucional para se transformar no maior partido de oposição ao governo que o país já viu. Neste ponto, é importante lembrar que essa oposição judiciária não é um privilégio de Bolsonaro. Afinal, fizeram algo parecido com Michel Temer que, para quem não lembra, chegou até a ser preso.

É uma imprensa que deveria ser livre e isenta, mas torna-se desonesta quando briga com as imagens, faz malabarismos retóricos para distorcer os fatos e usa de meias verdades para manipular as informações de forma a endossar suas narrativas e ludibriar a (pouca) audiência, de acordo com seus interesses.

São veículos que se descolam da realidade quando priorizam pautas minoritárias e questões identitárias mas viram as costas e desdenham de milhões de brasileiros quando estes saem às ruas, com suas famílias, incluindo crianças e idosos, carregando as cores da bandeira brasileira e, pacificamente, exigem o mínimo, o básico e o elementar, que se espera de qualquer sociedade que se diz democrática e saudável, ou seja, respeito às liberdades individuais e de expressão, respeito às leis e à constituição e transparência no processo eleitoral.

Pior que isso, a cada dia que passa, uma parte importante e significativa do povo brasileiro, talvez sua maioria, são considerados ou tratados como cidadãos de segunda classe simplesmente por defender valores mais conservadores. Quando se manifestam na internet, são chamados de robôs e de milícia digital. Quando se manifestam nas ruas, são ignorados ou seus atos são minimizados e reduzidos simplesmente como golpistas e antidemocráticos de bolsonaristas. É extremamente desonesto tentar fazer crer que clamar por um processo eleitoral mais seguro e transparente para o país, pedir que a mais alta corte do país abandone sua interferência nos demais poderes e deixe de atuar como uma entidade político-partidária e exigir que as liberdades individuais e de opinião do povo e de seus representantes sejam garantidas, conforme prevê a carta magna do país, sejam pautas bolsonaristas e antidemocráticas.

Há uma inversão monumental nessa narrativa. Essas não são ou, pelo menos, nunca deveriam ser "pautas bolsonaristas" apenas. São pautas legítimas que deveriam ser perenes em qualquer sociedade livre, dos poderes da república e principalmente da imprensa. E não apenas mote de notas de repúdio de autoridades e editoriais de veículos de imprensa que fazem o exato oposto daquilo que dizem defender.

As pessoas que estiveram nas ruas neste 7/9 e as que não estiveram, mas gostariam de ter estado, não são apenas bolsonaristas e nem "gado". Também não são golpistas, fascistas, nazistas, racistas e outros adjetivos absurdos que não possuem qualquer correspondência com realidade de suas pautas, reivindicações e comportamentos. São apenas Brasileiros que pensam diferente, que não rezam da mesma cartilha progressista apoiada pela grande maioria da imprensa e que deveriam ser respeitados da mesma maneira que se fazem respeitar quaisquer outros grupos minoritários ou identitários.

São, antes de mais nada, brasileiros atentos e vigilantes que sabem que uma ideologia, seja ela qual for, pode destruir um país e que não querem esse futuro para seus filhos e netos.

Tentações totalitárias, crises institucionais, interferência em outros poderes e prisões sem o devido processo legal por crime de fake news, que nem é previsto na lei brasileira, partiram sim, de outra instituição da república, não do executivo como a imprensa tenta fazer crer desde 2019. Se os "checadores de fatos", que não passam de mais um braço da imprensa militante e este inquérito das "fake news" em andamento no STF fossem sérias, deveriam constatar é que, ao longo do tempo, a maior propagadora de fake news é a própria imprensa brasileira.
 
Tudo isso me faz chegar à conclusão que o jornalismo profissional morreu. Porque uma imprensa que não enxerga tudo isso e prefere analisar as coxas de um ex-presidiário ou que vende sua honestidade na análise dos fatos por interesses outros, não merece existir, simplesmente porque abandona sua missão de informar para ser uma máquina de propaganda ideológica. E um povo que não se preocupa com a verdade dos fatos e nem com as recentes ameaças à sua liberdade talvez seja o verdadeiro gado.
 
Obrigado por ler até aqui.
Até a próxima!
Fabior
 
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