A Heavenly Ride


Meu interesse pela fotografia começou por volta de 2005, graças à minha primeira câmera digital compacta, uma Sony modelo DSC-P93. Foi com ela e com algumas dicas de um primo fotógrafo
, que comecei a ver a fotografia de uma forma diferente.
 
Percebi que a fotografia não precisa se resumir apenas a meros registros. É evidente que registros são extremamente importantes. Afinal, são documentos imparciais que carregam a dura missão de contar silenciosamente a história da humanidade, no que ela produz de melhor e de pior também.

Mas, trazendo essa reflexão para o meu universo, entendi que, como tantas outras, a fotografia também é uma expressão artística capaz de traduzir sentimentos e construir narrativas, tendo como base, pura e simplesmente, o olhar de quem fotografa. 

Mais que isso, entendi que há uma verdade incontestável neste olhar. Afinal, é este olhar que tem o poder de traduzir em uma ou mais imagens a maneira como o autor enxerga o mundo. A partir daí, aquela velha e conhecida expressão popular “Uma imagem vale mais que mil palavras”, atribuída ao filósofo chinês Confúcio, ganhou um novo significado para mim. Desde então, é com isso em mente que passei a fotografar.

É claro que esse pensamento por si só não garante a produção de boas imagens. Como em tudo na vida, a técnica correta é muito importante para chegar mais rápido aos objetivos desejados. E é exatamente neste ponto em que me encontro hoje, ou seja, procurando aprimorar e entender melhor como produzir boas fotos. Mas também é preciso fotografar. Muito. E foi o que fiz.

Identifiquei temas que despertavam o meu interesse e fotografei. Bastante. O suficiente para trocar de câmera duas vezes, quando entendi que as limitações da câmera anterior interferiam na qualidade do que eu queria fazer.

Primeiro, me apaixonei por igrejas, especialmente as de estilo barroco e outras da mesma época. Fotografei várias, principalmente em Minas Gerais e foi nesse período que surgiu o desejo de fazer um livro de fotografias com minhas próprias fotos. O problema é que nunca vi nas fotos desta época qualidade suficiente para a montagem de um projeto assim e o desejo acabou engavetado por cerca de 5 anos.

Ao longo desse tempo, outras viagens e novos destinos abriram meus olhos para uma outra temática, enquanto situações inesperadas da vida, influenciaram, tenho certeza, minha maneira de ver o mundo e, claro, também o meu olhar ao fotografar. Esses fatores, somados, formaram uma linha de pensamento e deram origem uma série de imagens que considerei boas o suficiente para tirar da gaveta o meu velho projeto: um livro de fotografias autorais.

Um ensaio que teve como ponto de partida um estado de espírito que não podia ser completamente traduzido em palavras mas que acabou se traduzindo em imagens que, hoje tenho certeza, realmente valem mais que mil palavras.

Como se trata de um projeto pessoal, este livro não está a venda. De qualquer forma, compartilho o material neste blog de maneira que possa alcançar e, quem sabe, até inspirar outros amigos e entusiastas de fotografia.

A seguir, compartilho o material utilizado no impresso, incluindo o texto do prefácio e as fotos (clique na imagem abaixo para ver). Boa viagem!

A Heavenly Ride.
Fevereiro / Março 2015
Ecdemomania: s.f. Medicina. Desejo, considerado fora do normal, de estar longe de casa; vontade patológica de perambular longe de casa; obsessão por viagens; fugir de casa.

Este não é um livro sobre iluminação, composição, edição ou qualquer outra técnica de fotografia. Como o próprio nome diz, é Um Paradisíaco Passeio por alguns dos lugares mais incríveis que já tive a oportunidade de visitar. Lugares que se tornaram inesquecíveis para mim. Seja por sua beleza, sua história ou pela paz que transmitem àqueles por lá passam algum tempo. Lugares tão agradáveis que eu nem imaginava existir ou que despertaram interesses que eu nem sabia possuir por coisas que nunca fizeram parte do meu cotidiano.

Infelizmente, numa foto nem sempre é possível transmitir com fidelidade toda a magia e nuances de um ambiente naquela exata fração de segundo eternizada pelo clique da câmera. Foi com isso em mente que procurei reunir aqui algumas das fotos que fiz nesses lugares tão especiais numa pretensiosa tentativa de te levar um pouco mais próximo daquilo que vi e, quem sabe, até transmitir um pouco daquilo que senti em cada um deles. 

Sendo assim, este também não é um livro de fotografia. Afinal, há uma intenção que permeia todo o trabalho, que é apresentar mais do que lugares apenas. Mas revelar um estado de espírito, um desejo inconsciente que se materializa no momento de cada clique e que revela o que acredito ser uma necessidade da alma.

Afinal, então sobre o que é este livro ?

Um famoso ditado diz que “Uma Imagem Vale Mais que Mil Palavras”. E é baseado nele que está a resposta para esta pergunta. Essas imagens compõem uma poesia ilegível que um olhar mais atento poderá traduzir como a busca por uma paz que só pode ser encontrada na ausência do ser humano ou a uma distância segura o suficiente para impedir que sua violência, no mais amplo sentido, atrapalhe essa paz que tanto queremos.

E por último, mas não menos importante, dedico este ensaio à minha querida esposa Janaína, agradecendo sempre pela inspiração, pelo constante apoio e companheirismo.

Fabio Roberto Fonseca - Fevereiro de 2015

Obrigado por ler até aqui!
Até a próxima!
Fabior

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