O ano de 2017 foi bem agitado e consumido por muito trabalho. Tanto para mim quanto para minha esposa. Sendo assim, não tiramos férias em 2017 e, consequentemente, não pudemos viajar.
Neste início de 2018, conseguimos uma brecha na agenda e procuramos aproveitar.
Queríamos sossego. Mais que isso. Queríamos simplicidade, pés descalços, praias desertas e águas calmas e mornas. Tudo isso sem abrir mão de algum conforto e um tantinho assim de charme, claro.
Há tempos estávamos de olho em um destino que se destaca justamente pelas características que acabei de descrever. A Costa dos Corais, no litoral norte de Alagoas é conhecida pelos vastos coqueirais, belas praias de areias finas, um mar de águas mornas, extensas barreiras de corais e muito sol.
Tínhamos apenas uma janela de uma semana e pouco tempo para acertar os detalhes.
Agilizamos os preparativos e rapidamente tínhamos passagens compradas, hospedagem escolhida e carro reservado para garantir a mobilidade que gostamos de ter. Só faltava embarcar.
Domingo 25/02 – Dia 1
Nosso embarque foi na hora do almoço, em Congonhas, SP, com previsão de duas horas e quarenta minutos até Maceió, Alagoas. De lá, seguimos de carro por cem quilômetros até São Miguel do Milagres.
Utilizei o Google Maps como navegador e não tive problemas. A estrada, apesar de alguns trechos em obras, está em bom estado e, nas áreas urbanas, requer atenção redobrada às incontáveis lombadas (ou quebra-molas) e ao movimento de pedestres sempre muito próximos à pista.
Já era noite quando chegamos.
A pousada Riacho dos Milagres, fica no final de um acesso não pavimentado de cerca de setecentos metros mas que não oferece problemas para veículos comuns. Fizemos check-in, pegamos a chave e, às 19hs, estávamos oficialmente instalados no quarto numero sete (que também tem o nome de Romã), e que foi nossa casa pelas sete noites seguintes.
Nosso primeiro jantar foi no restaurante da própria pousada, que é muito bom e oferece pratos com base na culinária brasileira unida à alagoana. A opção foi o Peixe ao alho com ervas (Filé de peixe com ervas servido com pirão de queijo coalho e rosti de macaxeira).
Segunda-Feira – 26/02 – Dia 2
A luz do dia veio confirmar a impressão que tivemos na noite anterior. A pousada era muito mais bonita e bem cuidada do que parecia nas fotos. Seu número reduzido de acomodações, apenas nove, garante bom atendimento e ainda mais tranquilidade ao cliente. Fatos que, somados, nos encheram de satisfação pelo acerto na escolha.
O conforto do quarto, a TV com grande variedade de canais e o wi-fi acessível em todos os lugares da pousada são comodidades bem vindas num lugar como aquele, até porque ninguém está livre da possibilidade de um dia de chuva que não estava nos planos.
O café da manhã é simples, saboroso e servido diretamente na mesa. Apenas as frutas, sucos e frios ficam disponíveis para self-service. A cada manhã, uma nova receita com toque regional complementa os tradicionais itens de café da manhã.
O jardim super bem cuidado, o mirante, a piscina, o deck de frente para o mar e o acesso direto à uma praia quase particular completam a ótima estrutura oferecida pela pousada.
Depois do café da manhã, caminhamos uns oitocentos metros pela praia deserta até uma capela ecumênica particular. Descobrimos que foi construída apenas para a celebração de casamentos e que naquela semana seria o casamento de um famoso youtuber chamado Winderson Nunes, ou algo assim.
O movimento da maré, sempre baixa pela manhã e alta de tarde, foi o ponto marcante de toda a viagem, garantindo pelo menos duas paisagens diferentes em cada praia. Os passeios, quase sempre de jangada, saem cedo, com maré baixa, justamente para melhor aproveitamento das piscinas naturais e da praia como um todo. É neste horário que se encontram as condições ideais para quem gosta de águas calmas, rasas e mornas.
Ainda pela manhã, visitamos a Praia da Lage, distante 13km da nossa pousada, seguindo pela mesma AL-101. O acesso também é por uma estradinha de terra de cerca de 1 km, através de um belo coqueiral. Esta é a praia da pousada Aldeia Beijupirá, que vimos num programa sobre pousadas de charme e que despertou nosso interesse pelo lugar.
Mantendo as características de todas as praias da região, a água tem um tom de azul espetacular, quase magnético.
Ao chegarmos, havia apenas 3 garotas na praia. Uma delas estava fazendo topless e correu para se cobrir assim que percebeu nossa presença. E foi por lá mesmo que ficamos até a hora do almoço, aproveitando a praia e empatando o topless dos outros.
Dos lugares que havíamos pesquisado previamente, aquele famoso “onde comer”, nossa primeira visita foi no Luna Restaurante e Bar. Pé na areia, visual bonito e descolado. A opção lá foi a famosa e recomendada Tábua de Frutos do Mar e Tortillas.
Os frutos do mar da tábua são: peixe, lagosta, camarão, lula e polvo. Acompanha uma porção de legumes, salada, arroz branco, pirão, tortillas e um molho mexicano picante. A partir daí, você mesmo pode montar sua tortilla do jeito que achar melhor. Na nossa avaliação: interessante, mas nada que seja do outro mundo ou inesquecível.
SAIBA MAIS: LUNA BAR E RESTAURANTE
Ao chegar no Luna para o almoço, notei que havia uma aranha do lado de fora do vidro do carro. Não sei a espécie e nem o nome. Como já disse em outro texto desses: Não sou biólogo, não tenho obrigação de saber. Só sei que era bonita e relativamente grande. Pensei comigo: Ah! Deixa ela aí… o sol está quente e logo, logo ela vai embora. E realmente, na volta do almoço ela não estava mais lá.
Saímos do Luna e fomos conhecer outra praia, a do Marceneiro. E foi lá que passamos boa parte da tarde, deitados à sombra das palmeiras ou coqueiros, sei lá. Tanto faz. Também não sou botânico. O que importa é que não havia mais ninguém. A praia era só nossa. E por muito pouco não pegamos no sono lá mesmo.
À noite, no restaurante da pousada, fizemos a opção pelo Peixe Alagoano: uma moqueca de filé de peixe no leite de coco, com camarões, arroz branco e pirão. Muito bom, à exemplo do jantar da noite anterior.
Terça-Feira – 27/02 – Dia 3
Mais um lindo dia em São Miguel dos Milagres ou apenas Milagres, para os íntimos.
Mais um dia de estrada, em busca de praias maravilhosas, paisagens incríveis e da foto perfeita. Nossa programação para este dia foi: Praia do Patacho e Farol do Porto de Pedras.
A Praia do Patacho, fica cerca de 3 km ao norte da Praia da Lage e o caminho é basicamente o mesmo. A mesma estradinha de terra, com o mar à direita e o coqueiral à esquerda. A praia é, à exemplo das outras da região, semideserta, de águas mornas, calmas e rasas (nos horários de maré baixa), coqueiros ao fundo e pontuada por algumas pousadas pé na areia. Foi este o lugar que escolhemos para passar boa parte do dia, imersos e despreocupados.
Nosso fim de tarde foi em outro ponto de interesse icônico da região: o Farol de Porto de Pedras, situado no alto do morro dos Três Coqueiros.
Ao seu lado, um cruzeiro indica que aquele terreno foi adquirido do patrimônio da capela de Nossa Senhora da Piedade.
Há um aviso na entrada proibindo o acesso, dizendo se tratar de uma propriedade exclusiva da Marinha do Brasil. O portão aberto, no entanto, contradiz o aviso e garante livre acesso a todos quantos queiram visitá-lo. Gosto bastante de faróis marítimos e sempre que tenho oportunidade quero vê-los de perto, fotografá-los, etc. Creio que, no inconsciente coletivo, sua imagem seja a representação de segurança, orientação e esperança. A luz do farol também representa a luz do conhecimento e do saber.
Outro dia escrevi sobre eles neste modesto sitio. Caso queira ler, clique aqui!
À noite, saímos para conhecer mais um dos restaurantes super recomendados da região: o “No Quintal”.
Ambiente rústico e super charmoso. Possui mesas no jardim, ao ar livre, uma iluminação aconchegante e atendimento exemplar. Muitos dos ingredientes são cultivados na horta do próprio restaurante. Nossas opções foram: Arroz cremoso com queijo coalho, feijão verde, carne de sol, charque e bacon numa cama de couve. Este prato é servido numa marmita de verdade, daquelas redondinhas com tampa e envolvida num pano de prato.
A outra opção foi a famosa Carne de Sol Elaborada em Casa, acompanham feijão de corda, arroz com jerimum e crisp de couve. A comida é saborosa embora a porção não seja muito generosa.
Avaliando apenas a comida, pode parecer meio caro mas o lugar faz jus à fama e às avaliações que recebe. Portanto, a experiência como um todo, vale sim a visita.
SAIBA MAIS: RESTAURANTE NO QUINTAL
Quarta-Feira – 28/02 – Dia 4
Dia de aproveitar um pouco a estrutura da pousada. Comecei o dia batendo um longo papo com o próprio dono da pousada, o Sr Edvaldo. À princípio, eu queria apenas tirar algumas dúvidas sobre distâncias e passeios que valem ou não a pena fazer, tendo a pousada como ponto de partida, mas uma conversa puxou outra e o Sr. Edvaldo acabou me contando boa parte de sua história de vida, incluindo o motivo e como foi construção da pousada.
Sinto falta de conversar com mais gente assim. Gente simples, cheias de experiências interessantes de uma vida inteira e cujas palavras apenas endossam todo o capricho e o zelo que a gente percebe ao chegar num lugar como aquele.
Depois do café da manhã, saímos de bicicleta (que a pousada também disponibiliza) e pedalamos até a Capela dos Milagres para ver como estavam os preparativos para o casamento do tal do Winderson. Havia chegado o dia. Não dava para ver muita coisa, o acesso restrito, por se tratar de uma propriedade particular impedia qualquer bisbilhoteiro de ver o que estava acontecendo lá. Havia bastante gente trabalhando, era só isso que dava para ver.
Nesse momento do dia, já se aproximava o horário do casamento, previsto para às 15h30 e, com ele, uma chuva que começou minutos antes e não parou mais até o dia seguinte. Esse Winderson é um chama-chuva do caramba !!! Fala sério!
Quinta-Feira – 01/03 – Dia 5
Dentre as opções de passeio debatidas com o Sr Edvaldo no dia anterior, havia a opção de seguir para o norte: Maragogi, Praia dos Carneiros e, com um pouco mais de disposição, Porto de Galinhas. A outra opção era seguir para o sul, Maceió, Praia do Francês e Praia do Gunga.
Em meio a todas essas opções, vantagens e desvantagens, a certeza da qualidade dos destinos do norte (já conhecidos por nós) foi superada pela curiosidade e pela vontade de conhecer os destinos do litoral sul alagoano.
Qualquer que fosse a escolha, seria um longo dia. Então, café da manhã e estrada.
Programamos 3 destinos principais e procuramos seguir o máximo possível por estradas costeiras, ou seja, junto ao mar, para aproveitar a paisagem, claro. Para isso, seguimos pela mesma AL-101 sentido sul, passando pelo município de Paripueiras antes de chegar à Ponta Verde em Maceió, onde fizemos nossa primeira parada.
Embora o objetivo principal fosse conhecer a orla de Maceió, eu estava interessado mesmo era no Farol da Ponta Verde, que foi inaugurado em 1949 está instalado sobre as estruturas de concreto que foram construídas para exploração de petróleo em 1940. Queria chegar o mais próximo possível à pé, enquanto a maré estivesse baixa.
Consegui em parte. Não cheguei tão perto como gostaria mas, mesmo assim, consegui vê-lo de perto.
O passeio pela orla aconteceu depois, naturalmente, enquanto seguimos para nosso próximo destino.
No caso de Maceió, acaba ficando aquela impressão de sempre; é bonito, tem um mar espetacular mas é uma praia urbana de uma cidade relativamente grande, com trânsito, muita gente e muito asfalto e, geralmente, não é bem isso que nós procuramos.
Então, pé na estrada para a próxima parada: a Praia do Francês. Seguindo pela mesma AL-101 por cerca trinta minutos, chegamos no município de Mal. Deodoro, que é a cidade onde nasceu Manuel Deodoro da Fonseca, militar do exército Brasileiro com a patente de Marechal, posteriormente proclamador da República e primeiro presidente do Brasil. É lá que fica a Praia do Francês.
A praia em si é bem bonita. Do lado esquerdo, protegida pelos arrecifes a praia tem piscinas naturais e águas calmas. Há também uma certa infraestrutura turística com bares, lojinhas, hotéis e restaurantes. Do lado direito a praia se torna mais selvagem, com ondas mais fortes, o que a torna mais indicada para surfistas.
No geral, achei a praia bonita e interessante mas a estrutura do lugar me pareceu meio caída. É o típico lugar que merecia um pouco mais de atenção e investimento. Fizemos algumas fotos e partimos para nosso terceiro e último destino. Não sem antes dar uma passada pela Barra de São Miguel, que me disseram ser interessante. Infelizmente não encontrei nenhum ponto de interesse. Até perguntei para um nativo mas este também não me indicou nada além do que eu já tinha visto.
Fotografei a igreja da cidade e segui em frente, sempre pela AL-101 até a Praia do Gunga, no município de Roteiro. O acesso à praia só pode ser feito de barco ou de carro, estacionando dentro de uma propriedade privada. Estacionamento pago, claro.
Chegando lá, descobri que há um passeio interessante de buggy ou quadriciclo até as falésias, mas que deve ser feito cedo por causa da maré baixa. Como havíamos chegado depois das 14 horas, já não era mais possível fazê-los. A praia, como todas da região é muito bonita. Do lado direito da praia, com maré alta, as ondas batem com certa força, o que pode incomodar e até mesmo oferecer algum perigo. Do lado esquerdo, há a junção do mar com a lagoa do Roteiro formando uma paisagem bela e única. Há também um passeio de barco pela lagoa, muito recomendado mas, que não pudemos fazer, também em função do horário. Há ainda uma grande e (ao que parece) recém construída estrutura de restaurantes e lojinhas dando a entender que o local está em pleno desenvolvimento turístico.
Para o almoço, acabamos optando pelo Restaurante Gunga, onde preferimos a simplicidade de um peixe frito. É um lugar que merece uma visita com mais tempo. Numa próxima visita procuraremos chegar bem cedo para desfrutar de todas as opções que o lugar oferece. Que sabe até reservar uns dois dias e dormir por lá.
Foi um dia agitado, de novos horizontes, novos ares e novos mares. Mas ainda restava enfrentar os 140km da volta para o nosso refúgio em São Miguel dos Milagres. Voltamos pelo mesmo caminho, refizemos a orla de Maceió, encaramos um pouco do trânsito de fim de tarde da cidade e, ao longo das 3 horas de viagem, acompanhamos a chuva que nos contornou pelo mar sem nos atrapalhar. Nós, voltando para Milagres e ela (a chuva) indo em direção a Maceió.
Sexta-Feira – 02/03 – Dia 6
Meio que de última hora, decidimos sair para conhecer mais um destino famoso da região. A Praia do Antunes, em Maragogi.
Saímos logo após o café da manhã. Já disse, é sempre importante sair cedo para aproveitar o melhor das praias durante a maré baixa. Se no dia anterior seguimos para o sul pela AL-101, desta vez nosso destino estava à 1h30 de distância ao norte.
Seguimos até Porto de Pedras, onde havíamos visitado o farol no terceiro dia e atravessamos de balsa para Jarapatinga, seguindo por uma estradinha simples, tendo o mar à direita em boa parte do caminho.
Alguns quilômetros depois, ainda em Jarapatinga, paramos num mirante para algumas fotos e seguimos em frente até nosso destino final; a Praia do Antunes.
Chegamos em Maragogi por volta das 10hs. A praia realmente faz jus à fama. Neste horário é possível caminhar centenas de metros mar adentro com água nas canelas. Suas águas mornas e calmas são atrativos irresistíveis para todas as idades. Há várias barracas com cadeiras e guarda-sóis onde, consumindo qualquer coisa, você pode deixar suas coisas e entrar na água despreocupado.
Mais uma vez ficamos imersos e desencanados boa parte do dia. Considerei esta a melhor de todas as praias que visitamos nesta viagem.
No caminho de volta, parei em Porto de Pedras para fazer algumas fotos que estava adiando desde o início da viagem. Mas algo não estava bem. Tínhamos reserva para jantar novamente No Quintal mas fomos acometidos de um mal estar e indisposição física generalizado, entre outros sintomas, que tirou completamente nosso ânimo e também o apetite e durou até o dia seguinte, nos levando a cancelar a reserva.
Sábado – 04/03 – Dia 6
Ainda indispostos e sem apetite mal tocamos no café da manhã. Também não havia grandes programações para este dia. A ideia era ficar na pousada mesmo e, portanto, não houve nenhuma alteração de planos por causa disso. À tarde, com os sintomas já bem amenos, saímos para almoçar e conhecer o restaurante da Pousada do Toque, da prestigiada associação Roteiros de Charme.
A pousada que fica na Praia do Toque e tem um restaurante com vista para o mar. O atendimento é excepcional e, seguindo a sugestão dos garçons, optamos pela Moqueca. Porém, ao contrário das avaliações que tínhamos lido, a comida não veio lá essas coisas. A Moqueca nos pareceu aguada meio sem gosto, o que comprometeu completamente nossa experiência e, indiretamente, fez saltar ao olhos outros detalhes na estrutura da pousada que deram a impressão de uma certa falta de cuidados.
Pareceu meio degradada, carente de manutenção e até limpeza. Sabemos que a maresia causa desgastes mas, um lugar com preços de hospedagem e de restaurante equivalentes a pousadas de charme, deve ter o requinte e o cuidado que o nome e a associação sugerem.
É importante, porém, ressaltar que vimos apenas a estrutura externa da pousada, o restaurante e a recepção. Pode ser que as acomodações sejam maravilhosas e provavelmente o são mas, o que vimos e que pode ser considerado o cartão de visita deles, não causou impacto e nem conquistou um futuro novo cliente/hospede.
Domingo – 05/03 – Dia 7
Dia de deixar a vida boa e voltar à dura realidade. Não haveria nada muito digno de nota, afinal, último dia de viagem é sempre aquela coisa: a velha preocupação de não esquecer nada, a estrada, o olho no relógio para chegar mais cedo, devolver o carro e despachar mala, etc.
Mas o que é digno de nota é que, ao devolver o carro, na hora de retirar as malas, ela ainda estava lá, debaixo de uma das malas. Aquela aranha que mencionei no segundo dia e que vou eternizar neste texto como “Bitela”, havia passado a semana inteira no carro, sabe-se lá onde… A ignorância é realmente uma bênção. Não teríamos rodado tão despreocupados esse tempo todo se soubéssemos que havia uma aranha daquela escondida no carro, que pudesse subir pelo banco e aparecer, de repente, em nosso pescoço. Só de pensar, dá até um certo frio na espinha.
Acho que o que ela queria mesmo era sair daquela cidadezinha pacata para tentar a vida na cidade grande. Ficou em Maceió. Com um pouco mais de sorte teria vindo para São Paulo com a gente. Não foi dessa vez.
São Miguel do Milagres é um lugar recém descoberto pelo turismo que ainda mantém a simplicidade de uma vila de pescadores. Cidadezinha de uma “rua principal”, de casinhas simples, de cadeiras na calçada onde as pessoas sentam no fim do dia para conversar enquanto assistem TV, ali mesmo, na calçada, através da porta da sala quase sempre aberta.
Um lugar de praias paradisíacas e praticamente desertas que são um respiro para a alma de pessoas como nós, cujo dia-a-dia se dá em uma cidade caótica como São Paulo.
É um lugar que merece ser visitado outras vezes para matar a saudade de suas águas irresistíveis, para encher os olhos com suas belezas naturais quase intocadas e deixar pegadas que ninguém vai apagar, exceto a própria natureza, quando a maré subir.
Números:
Total de Dias: 7
Total de KM Rodados: 800 km
Total de Praias Visitadas: 8 ( Marceneiro, Riacho, Laje, Patacho, Maceió, Francês, Gunga e Antunes)
Total de Restaurante Visitados: 5 (Enildo, Quintal, Luna, Pousada do Toque e Gunga)
Total de Faróis Visitados: 2 (Porto de Pedras e Ponta Negra)
Obrigado por ler até aqui!

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