Sobre o tempo.

 


Não sei se é natural da idade ou se é uma sequela causada pelo falecimento do meu pai, em 2020. A questão é que venho pensando muito no "tempo". O tempo, esse fluxo contínuo que nos envolve e que é uma das forças mais enigmáticas e influentes em nossas vidas. Ele é tanto nosso aliado quanto nosso adversário, nos guiando em uma dança constante entre o passado, o presente e o futuro.

O tempo é como um rio que nunca para de correr, levando consigo momentos preciosos e irrecuperáveis. À medida que avança, deixa para trás lembranças e experiências que moldam nossa identidade e nos ensinam lições valiosas. Cada instante vivido é uma gota d'água neste rio, contribuindo para a formação da nossa história pessoal e coletiva.

No entanto, o tempo também pode ser implacável, nos lembrando de nossa finitude e da efemeridade da vida. E é exatamente aí que se concentram os meus pensamentos sobre o tempo e sobre o conflito interno que se estabelece ao tomar ciência do tamanho do desafio e do quão impossível parece ser aproveitar cada momento, abraçar as oportunidades e a não procrastinar nossos sonhos e desejos. Afinal, não temos garantias de quantos amanhãs virão.

O passado, com suas lembranças e lições, pode nos ajudar a traçar nossos caminhos futuros. Desde que olhemos para ele com a devida atenção e respeito. O presente é onde realmente vivemos, tomamos decisões e experimentamos o fluxo da existência. O futuro, por sua vez, é um horizonte cheio de possibilidades e incertezas, um espaço em branco que será moldado de acordo com nossas ações e escolhas de hoje.

É curioso como o tempo pode parecer elástico. Às vezes, minutos podem parecer horas, enquanto anos podem passar em um piscar de olhos. Isso nos lembra que nossa percepção do tempo está intrinsecamente ligada às nossas emoções e experiências. Um momento de alegria pode voar rapidamente, enquanto um período de sofrimento pode parecer uma eternidade.

Nossa relação com o tempo também está profundamente enraizada na cultura e na sociedade. Cronogramas, calendários e relógios moldam nossa vida diária, nos mantendo sincronizados com o ritmo coletivo. No entanto, em meio à agitação constante, é importante encontrar momentos de pausa, para nos reconectarmos com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor.

Santo Agostinho, um influente filósofo e teólogo cristão dos séculos IV e V, abordou o tema do tempo em várias de suas obras, especialmente em sua obra "Confissões". Ele explorou conceitos complexos sobre o tempo, a eternidade e a relação entre Deus e o tempo. Uma de suas famosas citações sobre o tempo é:

"O que é, portanto, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei o que é. Se eu quiser explicá-lo a quem me faz a pergunta, não sei."

Esta pequena reflexão sobre o tempo pode ser um convite a buscar o equilíbrio entre viver o presente plenamente e planejar o futuro com sabedoria. Cada momento é uma oportunidade única, um presente efêmero que merece ser valorizado. Enquanto navegamos nesse rio chamado tempo, que possamos encontrar significado em cada marco, em cada jornada e em cada pausa ao longo do caminho.

Obrigado por ler até aqui!
Até a próxima!
Fabior 

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